Explico. Muitas vezes me posiciono veementemente contra algumas questões estéticas ou políticas; para, logo depois, estar sentada numa mesa de bar com um representante legítimo do que acabei de criticar. Isso significa: eu me posiciono contra as coisas e não contra as pessoas.
Filosoficamente analisando, isso pode parecer ilógico, afinal são as pessoas que fazem as coisas e nesse sentido pessoa e coisa se confundiriam. Mas, analisando mais filosoficamente ainda, não está o ser humano, o tempo todo, tentando encontrar maneiras de organizar esse mundo louco que é a vida, a moral, a ética, a estética, os amores? Pois bem! E o meu jeito de organizar isso tudo é: as coisas são as coisas; as pessoas são as pessoas.
Outro dia, numa balada, começou a tocar Jorge Ben. Fiquei meio irritadinha com a escolha e falei pro Danislau: "coisa chata é música felizinha demais, né?!" No mesmo instante, vem a Moema, me abraça, cantando e me tirando pra dançar. Eu, começo a cantar e a dançar com ela. Danis foi implacável: "Falsa!!!"
Não, Dan-dan, não fui falsa. É que uma coisa é eu não gostar de Jorge Ben. Outra coisa, muito diferente, é eu deixar de dançar com uma pessoa de quem gosto.
Outro exemplo: destesto Teatro Mágico. Minha prima ama. E eis que em visita à minha querida Franquinha (Franca - SP) sou presenteada com um ingresso para o show: "olha que sorte!! tem show do Teatro Mágico bem no fim de semana q vc vem". O que acham que eu fiz? Dancei, bebi, curti e até arrisquei uns refrõezinhos de "arroz e feijão" em coro com ela, lá pelas tantas da noite!
Mesma coisa com o Zóy: as vezes ele entra numas bandas aí que não curto. E daí? Vou em todo show que ele convida porque meu amor pelo Zóy acima de tudo!
Por isso é assim: meu gosto estético e minhas preferências políticas são uma coisa. Meus amores, são outra. Quando tudo isso coincide, dá casamento. Quando não, mesmo assim podemos ter uma transa maravilhosa!
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