terça-feira, 15 de julho de 2014

Confissões feministas para pessoas radicais ou radicais feministas para pessoas confessionais


Voltei a tomar pílula. Faço depilação com frequência. Até à axila. Gosto de homens.

Já usei loiro. Faço a unha também. Gosto mais de mim com esmalte.

Tudo isso são coisas tão pequenas perto de tudo mais que eu sou/faço/amo/dou.

Além disso, acho que meus amigos não são responsáveis, individualmente, pela opressão coletiva das mulheres. Muito menos as mulheres.

Acho que meus amigos, individualmente, perdem muito da vida por causa do machismo. Que nem eu. Que nem todo mundo.

Gosto dos homens. E das mulheres. Mas não gosto de qualquer pessoa. Gosto de gente inteligente.

Gosto mais ainda da liberdade.




quinta-feira, 3 de julho de 2014

Solidez líquida ou Megabytes de amor

Cada vez que eu me despedia de você era o fim dos tempos. Pára tudo, stop salgadinho, meu mundo caiu. Mas já já eu começava a vida de novo...

Cada vez que eu me despedia de você era um vazio imenso no meu mundo de palavras, frio na barriga e sexo virtual. Eu era fiel.

Cada vez que eu me despedia de você queria que o dia, a noite, o que quer que fosse, passasse logo, até chegar a hora de ver a janelinha do msn piscando de novo, assim mesmo, bem clichê.

Um dia a gente trocou as cores das nossas letras. Foi nosso casamento. Eu fiquei verde, você vermelho.

Cada vez que eu me despedia de você era por menos tempo...

Cada vez mais tecnologia, skype, facebook, whatsapp, carrego você na bolsa.

Eu nunca mais me despedi de você.

Nesse lance eterno, real/virtual, as letras nem tem mais cores, mas a gente tem um monte de milhões de megabytes de amor trocado pela rede.