quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Patas de fogo

Hoje eu quero sair correndo, numa fuga desvairada de mim mesma.

Há dias em que eu entendo as grades nas janelas do prédios.

Dias em que vc tem que falar para vc mesma as decisões que tomou como um mantra... pra ver se elas fazem algum sentido.

E ainda bem que sou libertária e sei que está tudo bem em enlouquecer dia ou outro.

Pena que isso não faz passar a angústia dos dias ruins.

Acho muito triste os finais felizes dos filmes, que as pessoas tentam imprimir na vida.

O final é agora e a todo momento, porra!!

Yes, i´m having a bad day.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

À pessoa que me fez descobrir que paixão é coisa diferente de amor (porque eu sempre achei que era tudo a mesma coisa)

Você que me mostrou o que é sensação de completude plena quando falta tudo.
Que me fez entender o que é febre.
Você que foi uma obsessão correspondida.
A me preencher todos os vazios, exceto o mais importante.
E de maneira bruta, me obrigou a romper com a minha ideologia mais libertária.
Agora sou obrigada a me dizer como mais uma que concorda que o amor... o amor é outra coisa.
A você que foi o melhor dos tangos concretos.
Dedico o meu mais profundo e sincero:

FODA-SE!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Uma declaração de amor...

às ameixas pretas,
suculentas, molhadas, deliciosas,
que não são ilegais, nem imorais, nem engordam.
(E também não engravidam!)

Tempo fechado com lua cheia...

Uma mulher com TPM
É uma macaca no cio
Entremeando momentos de surtos persecutórios,
depressão profunda
e crises extremas de ansiedade e euforia.
Cuidado! Nesses dias tudo faísca e pode machucar.
Se não a briga, o sexo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Isso não é uma cantada barata.

A voz grave ao pé do ouvido. O olho tateando o corpo. À postura desinteressada, a respiração indiscreta entrega o jogo. Todos os caminhos levam a um colchão. A voz grave ao pé do ouvido. Penetração auricular. O tesão é grave.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A paixão segundo G.M.

Eu, em um hotel barato na região de Goiás.
Me levanto de manhã e como habitual, lavo os óculos. Foi quando, mesmo míope, avistei o movimento inimigo. Me apressei em enxugar as lentes para focalizá-la e executar o extermínio; ou a fuga.
Mas foi quando puxei o papel que o que eu mais temia nessa vida aconteceu: surpreendida pelo rolar do seu chão de papel, sua acompanhante subiu-pelo-meu-braço-com-aquelas-patinhas-de-cócegas-e-eu-num-pavor-extremo-mas-silencioso-a-arremessei-com-tanta-força-que-deixou-vergões-no-meu-braço.

Sentei na cama. Olhei para ela ali, já na porta do quarto tentando se recuperar. Éramos duas violentadas. Eu, ainda míope - os óculos arremessados no chão junto com a barata - respirava ofegante tentando entender o que tinha se passado. Era dia de concurso e eu não tinha tempo de comê-la. Nem de escrever um livro.
Foi então que entendi tudo. Me levantei, peguei os óculos no chão e saí aliviada: agora eu não tinha mais nada a temer!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dando satisfação a mim mesma...

Eu já fui filha da puta com as pessoas. Algumas vezes, aliás.
Não me orgulho disso. Mas me orgulho de, mesmo às custas de ser filha da puta, ter conseguido entrar em contato com sentimentos e vontades moralmente condenáveis. Tão condenáveis que eu mesma condenava e tinha medo de assumi-los, daí ter sido filha da puta.
O importante é que cada vez mais sou menos filha da puta porque cada vez mais sou menos moralista e menos covarde.
Coragem:
Tanto faz como se chama, entregue-se ao que você ama
.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Receita de bolo

Porque naquela hora, nada mais importa. Tudo se resolve. E viva a vida, viva o amor, viva o Brasil! A vontade é de agradecer ao responsável por aquela dádiva, não importa se Deus ou o Diabo ou o viagra. Não há mais machismo ou feminismo, conta pra rachar ou qualquer blábláblá! Basta a manifestação daquele fenômeno tão caro, tão maravilhoso que os homens nos proporcionam. A vontade é de gritar: obrigada por tudo isso! Desde que o tudo seja tudo mesmo e não uma coisinha assim meio meia coisa, né, nem lá nem cá. Tem que dar um medinho, aquela coisa forte, nada de meio termo. Aliás a palavra meio não combina com homem. O meio somos nós, as mulheres: o alvo! Eles devem ser a seta! (E falavam da ereção masculina como se fala de uma receita de bolo.)