sábado, 10 de dezembro de 2011

Dr. Fraude


Aquela pessoa inteligente, libertária, compreensiva, feliz e receptiva com todos, que performa o ápice do equilíbrio e do senso crítico. 

Aquele que prega a lógica da ingenuidade, porque a desconfiança desumaniza. 

Aquele que prega a liberdade, porque não devemos nos coadunar com a opressão mútua.

Aquele que prega...

E como bom pregador, “faça o que eu digo, não o que eu faço”. E nesse mundo de dois pesos e duas medidas, a liberdade se torna opressão; o senso crítico o mais puro machismo; o equilíbrio, violência; e a inteligência... será que um dia existiu?

Existiu. Não a inteligência prometida, a da sofisticação e iluminação pessoal, mas a inteligência chula da boa e velha capacidade de mentir e persuadir: a arte de usar os argumentos certos para convencer uma pessoa de algo que ela não faria se soubesse a verdade.

O que é a nossa velha conhecida “manipulação”. Aquela que está por trás de todos os grandes problemas da humanidade que, aliás, aquela pessoa critica tanto!  Manipulação clássica: a que rouba do outro o direito de escolha sobre a própria vida na medida em que esconde sentidos e acontecimentos que mudariam o rumo das coisas. Mais um clássico: a falta de ética!

Péssimo quando isso acontece, de toparmos pela vida com pessoas sem ética. Mas a vida taí, o mundo é de todo mundo e eu sei que não são todos que têm a capacidade de sustentarem, com vida, seus discursos. E a hipocrisia, clássico dos clássicos, reina por aqui.

John Lennon revira na tumba. Oswald de Andrade dá risada. Sartre não entende a perda de tempo. E Nietzsche esbraveja: mas você não entendeu nada meu filho!