sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ainda


De vez em quando eu acesso essa dor. Momentos em que descubro que isso ainda é uma dor.

Ainda?

“Ainda” que vem da esperança de que a dor um dia não seja mais dor.

Mas a vida também é feita de dores que não passam nunca. Dores a se carregar. Um homem com uma dor é muito mais elegante...

Talvez venha daí a elegância da vida: a maturidade que só tem quem carrega dores. Quem soube que fazer escolhas implica em carregar algumas dores. Quem soube que a felicidade verdadeira é carregar as dores que se escolheu carregar – e não aquelas que alguém lhe impôs.

Sim, às vezes as dores são impostas. E com algumas delas temos que conviver. E a tarefa de, ainda, ser elegante. O que tem a ver com resignação, desapego, otimismo. Olhar o lado bom da vida, não é assim?

Papo antigo esse. Qualquer vó diz isso. E o mais sábio da vida é dito por pessoas comuns. Não é assim?

É assim.

Uma mulher com uma dor também é muito mais elegante. 

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